Mosteiro da Penha Longa

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Mosteiro da Penha Longa

Detalhes do registo

Nível de descrição

Fundo   Fundo

Código de referência

PT/AMSNT/MPL

Título

Mosteiro da Penha Longa

Datas de produção

1625-01-28  a  1836 

Extensões

254 Folhas

Entidade detentora

Arquivo Municipal de Sintra

História administrativa/biográfica/familiar

O Mosteiro de Nossa Senhora da Saúde da Penha Longa fora uma circunscrição administrativa eclesiástica regular conventual integrante da instituição canónica da Ordem monástica de São Jerónimo, localizada no sítio homónimo da Serra de Sintra e funcionalmente existente entre c. 1355 e 1834.Este Mosteiro fora fundado c. 1355 pelo Padre Frei Vasques Martins de Leiria, membro familiar da Casa dos Condes de Santa Cruz e discípulo do fundador italiano daquele instituto de vida consagrada com inspiração franciscana terceira, Frei Tommasucchio da Foligno de Siena, tendo sido o seu primeiro núcleo pioneiro em Portugal, a partir de uma primitiva Ermida de Nossa Senhora da Piedade, desde 1383.Posteriormente, em 1372, o Papa Gregório XI, através da sua Bula particular Salvator humanis generi, ordena à congregação eremítica embrionária estabelecida na Penha Longa que professe sob a Regra canónica de Santo Agostinho, com vista à sua integração na Ordem de São Jerónimo, fundando a sua subsequente presença organizada na Península Ibérica, reunindo a jurisdição territorial dos Reinos de Castela, Aragão e Portugal.Em 1390, o Rei D. João I, por consequência estimulada da aprovação papal, patrocina a aquisição patrimonial do sítio do Penedo dos Ovos, com vista à edificação do monumento conventual, e, em 1400, o Procurador comunitário Frei Fernando Eanes regressa investido como Prior instalador da profissão monástica, após uma ligeira demora ocorrida na conclusão do processo de confirmação apostólica e devida a vicissitudes político religiosas do Grande Cisma do Ocidente.Em Carta Régia de D. João I, emitida em 25 de Janeiro de 1431, e confirmada por D. Afonso V em 1439, refere-se dever-se a primeira edificação monástica à Infanta D. Isabel, Duquesa de Borgonha, durante a primeira metade do séc. XV, prosseguindo ao longo do tempo com diversas campanhas de obras ou empreitadas, durante este último reinado e incomprovadamente atribuídas a cargo do arquitecto régio Mestre Gil de Sousa.Face à intransigência nacionalista da Dinastia de Avis, a Ordem de São Jerónimo independentiza-se em Portugal face à jurisdição castelhana, por Bula pontifícia do Papa Nicolau V de 1448, tornando-se o Mosteiro da Penha Longa a sede portuguesa da Ordem até 1517, com sucessiva proeminência hegemónica de Santa Maria de Belém.Pouco antes, em 1439, o Infante D. Pedro, Duque de Coimbra e Regente do Reino, instrui D. Afonso, Senhor de Cascais, para delimitar a cerca do couto conventual (posteriormente confirmada pelos Reis D. Filipe II em 1598, D. Filipe III, D. José, D. Maria I e D. Pedro IV). Contando sempre com o apoio expresso dos Alcaides-Mor de Sintra (das famílias Távora e Ribafria), o Mosteiro teve os seus Estatutos aprovados em 1466.Posteriormente, o Rei D, Manuel I enceta um novo ciclo na vida conventual do Mosteiro da Penha Longa, realizando várias empreitadas de ampliação arquitectónica (em 1503, 1511 e 1519), mandando ainda construir uma residência régia para albergar a frequente presença ocasional da Corte, o que gera a instituição de um significativo foco cultural especializado no ensino científico e de gramáticos a leigos jovens e noviços.Inicialmente consagrada sob a protecção espiritual do orago de Nossa Senhora da Vitória em finais do séc. XIV (em memória do triunfo português no conflito ibérico da Batalha Real dita de Aljubarrota), a igreja conventual muda a sua invocação para a de Nossa Senhora da Saúde, em 1569, em virtude da cura miraculosa de doentes pestíferos acolhidos aqui, evadidos de Lisboa e inoculados aquando do desembarque de tripulações chegadas da Índia. Tradicionalmente, a imagem da padroeira fora doada por Rui de Ataíde, Capitão de Malaca, e transportada na frota naval comandada por Vasco da Gama no regresso da sua primeira viagem à Índia, tendo sido zelada na Igreja Paroquial de S. Pedro de Penaferrim, entre 1834 e 1860, pelo seu Prior e antigo monge jeronimita do Mosteiro da Penha Longa de Sintra, Frei Bernardo Pereira do Vale.Nas épocas moderna e contemporânea, devem ainda destacar-se a presença patrimonial interventiva do Cardeal Pompeu Zambicário, Arcebispo de Sulmona e Conde Quaranta, Núncio Apostólico do Papa Júlio III junto da Coroa Portuguesa entre 1550 e 1561, bem como, finalmente, a abolição legislativa das Ordens religiosas monásticas pelo Decreto de 28 de Maio de 1834, entregando-se subsequentemente o edifício imóvel conventual e o seu inerente recheio inventariado ao Juiz de Fora e do Cível em Sintra (para ulterior leilão em hasta pública) e a Igreja à Paróquia de S. Pedro de Penaferrim.

Condições de acesso

Comunicável

Condições de reprodução

Sujeito à tabela emolumentar em vigor.

Idioma e escrita

Português